Presidente da frente parlamentar defende proteção a pequenas empresas

Para ter sucesso, a reforma tributária deve favorecer, sobretudo, as pequenas e médias empresas, acredita o deputado Fausto Pinato (PP-SP). “É preciso ter responsabilidade e coragem para enfrentar as grandes corporações e defender as empresas de pequeno e médio portes”, disse. Segundo ele, são essas firmas de menor porte que mais geram emprego no país. Portanto, devem ser protegidas dentro de um novo regime de impostos.
Para Pinato, a reforma tributária deve ser a prioridade do Congresso em 2020. Isso, no entender dele, dará maior competitividade à economia, sobretudo em um momento de desaceleração da economia mundial. “É preciso ficar com um olho no peixe, outro no gato”, o que significaria prestar atenção nas exportações. “Porém, é necessário olhar, acima de tudo, o consumo e o giro da economia no mercado interno, pois, só assim, o Brasil poderá voltar a criar empregos e a ter um consumo maior”, afirmou.

Na opinião do parlamentar, também é preciso tratar o contribuinte com mais carinho e respeito. “Devemos aproximar mais a interlocução com os pequenos e médios empresários, são eles que mais pagam imposto neste país”, ressaltou. Por outro lado, disse ele, é preciso “dar nome aos bois”, e denunciar os grandes sonegadores, como está sendo feito em São Paulo, onde a prefeitura impôs multas milionárias a grandes bancos. “Não vou citar nomes por questão de ética, mas onde se sonegou milhões, é importante, neste momento, ter a coragem de enfrentá-los”, assinalou.
“Eu, realmente, estou disposto a pagar o meu quinhão, mas as multinacionais têm que pagar o delas também. Elas não podem, de certa forma, querer dar as cartas e deixar os pequenos e médios empreendedores à mercê dos grandes”, destacou o deputado. De acordo com ele, é preciso prestar mais atenção aos interesses dessa classe de empreendedores e também do Brasil, principalmente em relação à política internacional. “No nosso país, judeu e árabe sentam à mesma mesa. Essa briga americana e chinesa não tem nada a ver com a gente, somos uma república independente, e não uma província ou um distrito. Precisamos defender o que realmente dá lucro para o país e o que pode gerar emprego e girar a nossa economia”, acrescentou.

História

O deputado criticou o Ministério da Economia por não ter, em um ano, encaminhado uma sugestão à reforma tributária. “Chegou a hora de ver quem são realmente os grandes patriotas no Congresso e no governo e quem são as grandes empresas que realmente querem produzir no país. Consequentemente, esses farão parte da nova história do Brasil”, disse. Para Pinato, que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria de Bebidas e Águas, não se pode fazer uma reforma tributária “apenas para inglês ver”.

“Estamos falando de uma reforma tributária que pode ser a salvação do país. Mas, de uma forma irresponsável, cortamos o orçamento da Receita Federal, que será a grande instrumentalizadora e aplicadora da nova legislação. É o órgão que traz o dinheiro para a educação e a saúde. Então, é uma incoerência que seja cortada”, declarou Pinato. Ele afirmou ainda que o Congresso deve abrir um canal de diálogo em relação ao imposto seletivo, que está sendo proposto. “Não podemos tratar as cachaças como tratamos a cerveja e os vinhos, essa é uma das preocupações do setor”, ressaltou.

Fonte: Correio Braziliense/Classe Contábil

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