Por que a saúde mental deve ser prioridade nas empresas?

Os números elevados de diagnósticos de depressão e transtornos de ansiedade em profissionais de diversos setores devem funcionar como alerta para a importância da saúde mental dentro das empresas. O bem-estar dos funcionários vai além de lhes proporcionar ergonomia física para que possam produzir. Num ambiente desagradável e nocivo nem mesmo o mais eficaz colaborador será produtivo.

Entenda o motivo pelo qual a saúde mental deve ser priorizada nas empresas

Muitos gestores quando questionados sobre os cuidados com a saúde dos seus colaboradores pensam diretamente em soluções para demandas físicas, algo que obviamente tem grande relevância, mas não é o único ponto de vista que precisa ser enfatizado.

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já ultrapassa de 300 milhões de indivíduos acometidos pela depressão no mundo. Aliás, a depressão é atualmente a principal causa incapacitação para o trabalho. Logo atrás da depressão aparecem os transtornos de ansiedade como fatores de afastamento de profissionais de suas funções.

Uma estimativa feita pela International Stress Management Association (ISMA) aponta que nove em cada dez profissionais apresentam algum nível de ansiedade. Os números ajudam a compreender porque a saúde mental precisa se tornar uma das prioridades dos gestores. Quando os membros da equipe são afetados por problemas como depressão, ansiedade, os dois ou outros apresentam queda vertiginosa em sua produtividade.

Se o ambiente de trabalho for um fator decisivo para essa condição poderá afetar colaboradores em larga escala. Além disso, os profissionais afetados acabarão faltando mais vezes ao expediente e precisarão passar por tratamentos em muitos casos severos e difíceis. Em suma, companhias que não zelam pela saúde emocional dos seus funcionários também têm muito a perder.

Como minha empresa pode melhorar a saúde mental dos colaboradores?

Agora que você já sabe qual é a importância de promover a saúde mental no ambiente de trabalho vou apresentar dicas práticas de como criar uma cultura organizacional favorável ao bem-estar emocional dos membros da equipe. Questões emocionais controversas podem ser mais difíceis de diagnosticar do que questões físicas.

1 – Tenha a abordagem correta da questão

Uma das principais dificuldades para a identificação de fatores prejudiciais a saúde mental é a falta de naturalidade para discutir o tema. Pessoas que estão passando por situações complicadas sejam de ordem pessoal ou profissional não conseguem explanar sobre o tema abertamente porque ainda existe a associação com fraqueza ou desprezo pelos impactos na vida como um todo.

O ideal é que as companhias adotem uma política de discussão de temas vinculados a saúde emocional, isso pode ser feito através da realização de palestras e bate-papos a respeito do tema. O estabelecimento de um relacionamento mais transparente e aberto entre gestores e equipes também permite que o tema seja mais amplamente discutido. A melhor abordagem é aquela em que se pode conversar sem medo sobre saúde mental.

2 – Priorize a qualidade de vida dos funcionários

A adoção de horários de trabalho flexíveis e home office em alguns dias da semana pode corroborar para o fortalecimento da saúde mental dos colaboradores. Ter mais tempo com a família ou simplesmente não precisar enfrentar o trânsito numa quinta-feira podem ajudar a fazer dos seus funcionários mais felizes e dedicados as tarefas cotidianas. Faça uma revisão da relação estabelecida entre a companhia e os funcionários para entrar em equilíbrio entre as atividades profissionais e a vida pessoal deles.

3 – Treinamento dos gestores

Os líderes de equipe precisam ter conhecimento para identificar o surgimento e desenvolvimento de fatores desencadeantes de insalubridade mental. Como essa se tornou uma questão primordial no cenário atual em que existe grande pressão sobre os profissionais é necessário fornecer as ferramentas para determinar quando interferir. Os gestores precisam ter a sensibilidade de compreender que um dos seus subordinados demanda atenção e encaminhamento para um tratamento especializado em alguns casos.

4 – Combata bullying e assédio dentro da corporação

Relações abusivas estabelecidas entre líderes e seus subordinados ou mesmo entre funcionários no mesmo nível hierárquico podem acarretar graves danos à saúde mental. As companhias que desejam reter talentos e ser reconhecidas como boas para trabalhar precisam dar um basta a toda e qualquer forma de bullying ou assédio. É interessante criar conteúdos e oferecer palestras desse tema para que fique claro para todo mundo do que se trata.

Para combater esses comportamentos a organização deve ter um RH participativo e estabelecer políticas de advertências e até demissões em casos mais graves. Quando atitudes nocivas aos demais se tornam passíveis de punição é mais fácil coibir a sua realização. Os funcionários que se sentem afetados devem ter o incentivo da companhia para denunciar o problema sabendo que será dada uma solução.

Fonte: Marcus Marques

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